12 de nov. de 2011

Ensaio sobre a Felicidade


Desde sempre todos procuramos a felicidade.
É uma máxima humana: ser feliz.
Até aí, tudo bem. Todos devemos querer ser felizes.
O problema está no modo como encaramos a felicidade. Buscamos por ela como o fazemos por um qualquer outro bem que desejemos possuir. Não entendemos que, ao procurar a felicidade, nós podemos afastá-la cada vez mais.
De tanto procurar, às vezes acabamos por perdê-la, porque não percebemos a sua presença, tal não é a obsessão de a encontrar, aconteça o que acontecer.
Temos que entender que felicidade não é algo material. Não está à venda numa prateleira de supermercado. Mas, ao contrário do que muitos pensam, está ao alcance de todos.
Só que há um grande problema: todos a buscam como se de uma caça ao tesouro se tratasse.
Talvez até tenham razão, pois no fundo a felicidade é o ouro da vida. Mas o simples ato de “procurar” torna tudo mais difícil.
Não é errado querer procurar a felicidade.
O erro está no modo como a procuramos.
Ao fim de um tempo, essa busca começa a tornar-se infindável.
O desânimo aparece.
A esperança desvanece-se.
E começamos a acreditar que não existe tal coisa de seu nome, “felicidade”.
E tudo isto porquê? Porque não conseguimos ver que ela esteve sempre lá, em pequenos gestos de carinho, em olhares trocados, em sorrisos, em atos de puro e simples afeto…
Não vemos que “a busca” tem que ser diferente, sendo melhores pessoas, dando aos outros o que gostaríamos de receber, entregando-nos à causas que verdadeiramente nos interessam, tentando mudar algo na nossa vida.
Cada vez menos se dá valor a tudo isto.
Cada vez mais se procura a felicidade nos lugares errados.
Cada vez mais vivemos numa sociedade consumista, que dá muito valor aos bens e muito pouco às emoções e sentimentos dos que nos rodeiam.
Há quem veja a felicidade numa peça de roupa, num carro, numa casa…Mas, lá no fundo, bem dentro, todos temos esse grande objetivo que é alcançá-la.
Alguns ainda sonham com a felicidade eterna. Pura utopia.
Temos que aproveitar o momento, desfrutar ao máximo cada instante, porque nunca se sabe o que há de vir.
Com toda a certeza, não haverá apenas bons momentos. É elementar. E, por mais que nós queiramos, não vamos ser sempre felizes.
Até porque o velho “E viveram felizes para sempre…” já se vai…
É sempre tempo de olhar em frente. Deixar no passado o que a ele pertence. E não deixar que isso impeça o futuro.
Pensar nos nossos sonhos. Pensar num modo de os concretizar.
E, sobretudo, lutar muito, mas mesmo muito. Nunca entregar todos os pontos.
Acreditar sempre, mesmo quando todos nos dizem que já não vale a pena.
Porque, verdade seja dita, somos nós que trilhamos o nosso caminho para a felicidade.
E não foi à toa que Pessoa disse: “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”. Só temos de descobrir o tamanho da nossa…

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