14 de nov. de 2011

Amante


“Muitas pessoas têm um amante, e outras gostariam de ter um. Há também as que não têm, e as que tinham e perderam.
Geralmente são estas últimas que vêem ao meu consultório para me contar que estão tristes ou que apresentam sintomas típicos de insónia, apatia, pessimismo, crises de choro, ou as mais diversas dores.
Elas contam-me que as suas vidas correm de forma monótona e sem perspectivas, que trabalham apenas para sobreviver e que não sabem como ocupar o tempo livre. Enfim, são várias as maneiras que elas encontram para dizer que estão simplesmente a perder a esperança.
Antes de me contarem tudo isto, já tinham estado noutros consultórios, onde receberam as condolências de um diagnóstico firme:
“Depressão”… além da inevitável receita do anti-depressivo do momento. Assim, depois de as ouvir atentamente, eu digo-lhes que elas não precisam de nenhum anti-depressivo. Digo-lhes que o que elas precisam é de um Amante!
É impressionante ver a expressão dos olhos delas ao receberem o meu conselho. Há as que pensam: “Como é possível que um profissional se atreva a sugerir uma coisa destas ?!”.
Há também as que, chocadas e escandalizadas, despedem-se e não voltam nunca mais. Às que decidem ficar e não fogem horrorizadas, eu explico-lhes o seguinte:
Amante é “aquilo que nos apaixona”. É o que toma conta do nosso pensamento antes de adormecermos, e é também aquilo que, às vezes, nos impede de dormir. O nosso Amante é o que nos mantém distraídos em relação ao que acontece à nossa volta. É o que nos mostra o sentido e a motivação da vida. Às vezes encontramos o nosso amante no nosso parceiro, outras vezes, em alguém que não é nosso parceiro, mas que nos desperta as maiores paixões e sensações incríveis. Também podemos encontrá-lo na pesquisa científica ou na literatura, na música, na política, no desporto, no trabalho, na necessidade de nos transcendermos espiritualmente, numa boa refeição, no estudo, ou no prazer obsessivo do nosso passatempo preferido…
Enfim, Amante é “alguém” ou “algo” que nos faz “namorar” a vida e nos afasta do triste destino de “ir vivendo”.
E o que é “ir vivendo”? “Ir vivendo” é ter medo de viver. É vigiar a forma como os outros vivem, é o deixarmo-nos dominar pela pressão, andar por consultórios médicos, tomar remédios multicoloridos, afastarmo-nos do que é gratificante, observar decepcionados cada ruga nova que o espelho nos mostra, é aborrecermo-nos com o calor ou com o frio, com a humidade, com o sol ou com a chuva. “Ir vivendo” é adiar a possibilidade de viver o hoje, fingindo contentarmo-nos com a incerta e frágil ilusão de que talvez possamos realizar algo amanhã.
Por favor, não se contentem com “ir vivendo”. Procurem um amante, sejam também um amante e um protagonista da vossa vida… Acreditem que o trágico não é morrer, porque afinal a morte tem boa memória e nunca se esqueceu de ninguém. O trágico é desistir de viver, por isso, e sem mais delongas, procurem um amante. A psicologia, após estudar muito sobre o tema, descobriu algo transcendental:
“Para se estar satisfeito, ativo, e sentirem-se jovens e felizes, é preciso namorar a vida”.

Você já tem uma missão definida?


Vejo muitas pessoas e organizações que não têm uma missão, não possuem uma razão para viver. Aí não sabem como agir quando a situação exige alguma mudança ou quando ficam sozinhos. É fundamental responder à pergunta: qual é o propósito de permanecer vivo? A resposta será sua missão.

Um dia escutei a frase citada no início e a achei maravilhosa, a partir daí passei a pensar no que poderia fazer para que o mundo fosse melhor, como deixar minha marca? Busquei me conhecer para ver se minhas ações eram as mais corretas.

Com o passar dos anos fui vendo que primeiro precisava mudar a mim mesma, tornar-me uma pessoa melhor e hoje acredito que até morrer estarei buscando melhorias em meu comportamento e em minhas atitudes. Quero desenvolver e valorizar minhas virtudes e minimizar meus defeitos. Acredito que o maior desafio do ser humano seja a melhoria contínua.

Deve existir um sentido melhor para nossas vidas, podemos, por exemplo, aprender a amar melhor, a sermos menos egoístas. Precisamos economizar mais em prol do meio ambiente, agirmos menos segundo a “lei de Gerson”, parar de dar um jeitinho. É fundamental respeitarmos mais o próximo, melhorar nossos relacionamentos. E aprendermos a administrar bem os conflitos.

Quando temos consciência de que através do trabalho estamos realizando algo para cumprir nossa missão ficamos motivados e desenvolvemos uma força extra, capaz de nos mover rumo ao “cume da montanha”. E as dificuldades encontradas serão como simples pedras no meio caminho.

Pessoas como Mahatma Ghandi, Irmã Dulce e Nelson Mandela lutaram com todas as suas forças para cumprirem suas missões. Era o que os levava a não desistir nunca, a resistir a qualquer tipo de pressão. Podemos não ter uma missão tão nobre como a dessas pessoas, mas é importante que encontremos um sentido para nossa existência.

Minha missão continua sendo fazer deste um mundo melhor. Como o mundo é muito grande pensei em lutar para que o Brasil seja melhor. Quando fui analisar melhor cheguei à conclusão que é também muito para mim. Aí pensei que posso fazer a minha parte ajudando a motivar os profissionais, a mostrar a importância de agirem de forma ética, a serem melhores líderes e profissionais cada vez mais competentes em suas áreas de atuação. Acredito que assim teremos empresas melhores e possivelmente cidades melhores e assim um país melhor.

Não adianta nada escrever uma missão bonita e não lutar por ela. É importante divulgar a missão, assim os outros poderão te ajudar a atingir seus propósitos. Nas organizações além de definir a missão é preciso comunicar a todos os colaboradores e verificar se a entenderam, caso contrário serão como simples máquinas, executando o que lhes é indicado, mas sem saber por que e para quê. Vejam abaixo alguns exemplos:

Os funcionários de uma empreiteira trabalhavam felizes porque não estavam simplesmente construindo uma nova estrada. Estavam levando o progresso para uma pequena cidade do interior;

Ajudantes de pedreiros cantavam enquanto trabalhavam porque não estavam fazendo e carregando concreto, estavam construindo uma escola e ajudariam a melhorar a educação dos jovens daquela cidade. Enquanto um pedreiro coloca um tijolo na parede outro constrói uma catedral.

Procuro fazer a minha parte porque acredito que se cada um fizer o que estiver a seu alcance, teremos sim um mundo melhor de se viver.

E você já tem sua missão? Está agindo de acordo com ela ou é uma missão só para os outros verem? O que está fazendo para divulgar seus propósitos?